" "longos dias têm cem anos". Assim me diziam quando se tratava de protelar um assunto, de o fazer amadurecer na lânguida separação do inadiável. E os longos dias passavam, carregados de justo sentimento pelas coisas que devíamos fazer de maneira lesta e durável. Ás vezes não se faziam nunca. Outros planos, mudanças, resistências, vazios súbitos do coração, que é quem nos comanda o trabalho e a fantasia. "Longos dias têm cem anos". "
in Longos dias têm cem anos, Agustina Bessa-Luís
retrato-biografia de Maria Helena Vieira da Silva
retrato-biografia de Maria Helena Vieira da Silva
(...) "estava sentada na cadeira de verga, encostada como uma ave que se protege da tempestade, e o seu olhar era insondável. Ninguém no mundo podia interpretá-lo, e, no entanto, eu( Agustina) ousei isso porque pensei: "só posso conhecê-la, se me conhecer". (...)
Arpad Szenes, Marie-Hélène, 1930
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