em teste o "brinquedo" novo, emprestado...
uma caneta digital bamboo
entre as pesquisas e desenhos de yoga e Índia, outras brincadeiras
"O trabalho de Teresa Henriques é feito de recuo e suspensão.
Suspendendo aquilo que já conhece e tem como adquirido, T. procura agora recuar para voltar a ver. Voltar os olhos para dentro, conquistando aqui, não o objecto ou o produto artístico mas antes as condições da sua produção e compreensão.
(...)
Numa alquimia impossível, motores de limpa pára-brisas ou de bolas de espelho transformam-se em estados de alma e revelam o lado de dentro da compreensão. Virando do avesso, expondo o interior vazio de um pensamento num perfil humano (Cinismo, Ansiedade), revela-se a natureza daquilo que escapa ao olhar: os humores, valores, medos e patologias que condicionam tudo aquilo que vemos. Metáforas precisas da experiência quotidiana, materializando o ponto a partir do qual o mundo é visto, tornando esse ponto de fuga invisível, o espaço do observador, ele mesmo, objecto da visão. Vemos, como num jogo de crianças, o Problema que tentamos resolver olhando-o de diferentes formas, virando-o de todos os lados, girando obsessiva e incessantemente na nossa cabeça. Caleidoscópio, que é afinal a nossa natureza, e que amplifica, reproduz e estende o Problema até à latitude máxima e à ocupação totalitária do nosso pensamento."
texto de apresentação da exposição por Sofia Pinto Basto
"...A ideia de criação ou poiesis é algo de muito amplo, pois toda e qualquer passagem do não-Ser ao Ser se efectua por um acto de criar; de tal sorte que, mesmo as obras produzidas na totalidade dos ofícios são criações, como criadores ou poetas são todos os seus artífices. ... Entretanto, não lhes chamamos poetas e damos-lhes, sim, outras designações. Apenas uma parte delimitada do acto de criar (a que se liga às artes e ao ritmo) recebe o nome do todo. Só a este ramo específico damos o nome de poesia e identicamente só aos que dele se ocupam chamamos poetas." Platão, o banquete 205b
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